quinta-feira, setembro 06, 2007

Grandes Personagens, Espetáculos à altura!




O Festival Palco Giratório, realizado pelo SESC, segue sua programação, trazendo sempre diversidade para a cena de Florianópolis. Os espetáculos assistidos mais recentemente trazem aos palcos personagens marcantes, sejam eles reais (Mario Lago) ou ficcionais (Capitú e Bentinho).


No dia 04 foi a vez de Capitú - Memória Editada, adaptação do romance Dom Casmurro de Machado de Assis pelo Grupo Delírio de Teatro, de Curitiba, PR.


Edson Bueno (autor e diretor) cria com seus atores uma linha paralela (metalinguística) ao romance original, sem perder nada de seu conteúdo e tornando-o atraente como linguagem teatral. Não é a toa que o espetáculo já recebeu os prêmios Gralha Azul de melhor espetáculo, direção e texto. O elenco (Janja, Regina Bastos, Marcelo Rodrigues e Tiago Luz) parece compreender e compactuar com as idéias do diretor, fazendo com que o espetáculo se torne compacto e adquirindo uma unidade impecável.


A produção do espetáculo também está criada corretamente, sem grandes arroubos de genialidade, mas condizente com as necessidades do trabalho. Merece uma menção especial a iluminação criada por Beto Bruel. No todo, um espetáculo que se sustenta do início ao fim, realizado com inteireza e competência.


No dia 05 foi a vez de Ai, Que Saudades do Lago!, novamente com o Núcleo Informal de Teatro, do Rio de Janeiro, RJ. O espetáculo repete a fórmula do outro trabalho da Cia (vide comentário anterior), inclusive com o mesmo elenco, direção e autor. Devo confessar que fiquei admirada com a versatilidade da atriz Claudia Ventura, que vai do cômico ao dramático em um piscar de olhos, qualidade esta extremamente necessária neste tipo de espetáculo narrativo.


Uma pequena modificação no formato do espetáculo é a incorporação à cena de elementos multimídias. Tanto o documentário exibido ao início do espetáculo quanto às imagens projetadas durante o mesmo nos auxiliam a compreender melhor as situações. Não é um elemento indispensável, mas também não prejudica o bom andamento da obra.


O festival segue até o dia 29. Ainda há muita coisa para se ver no SESC Prainha.

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