segunda-feira, maio 28, 2007

A Vó Danada e os Netinhos Ignorantes (*)


(*) por Wander Cairo Levy



28-05-07 - Antes de mais nada, acessem o blog da Vovó Danada (clique aqui!!!) para entender completamente o que estou dizendo nesse artigo.


Escrito por um anônimo redator das antigas, tenho dois ou três suspeitos, o blog aborda o mundo sem glamour da propaganda paulista: os bastidores, os falsos mitos, as sacanagens, as brigas egoísticas, etc. São temas que dificilmente poderiam ser destacados nos veículos, colunas e sites que falam sobre propaganda, porque são assuntos que, de certa forma, vão contra o negócio. Afinal, não é do interesse do mercado saber que, por trás de uma premiação profissional, existe uma briga horrorosa pelo troféu. Ou que os brilhantes criativos são um bando de infantis egos desinflados por uma política de resultados que os obrigam a passar mais de doze horas na agência em busca de nada. Os temas abordados pela Vovó Danada são cruéis, mas não é sobre isso que quero falar.


A Vovó late, os netinhos mordem.


O mais impressionante do blog é o volume de comentários para cada post. Freqüento blogs do mundo inteiro e jamais vi uma avalanche assim. Na última semana, após uma postagem normalzinha sobre os rumores da possível ida de um criativo para uma das mais famosas agências brasileiras, o blog registrou mais de 200 comentários. E é aí que eu quero chegar. Se o volume impressiona, o conteúdo dos comentários é assustador. Primeiro, porque mostra o nível de ignorância dos jovens criativos do principal mercado do país. Linguagem chula, erros crassos de português, absoluta falta de capacidade de exposição de raciocínio e vocabulário limitado são dominantes da maioria das mensagens. Segundo, uma característica que tenho notado há algum tempo em palestras e debates: a quase totalidade dos comentários não tem absolutamente nenhuma ligação com o assunto tratado pelo bloguista. Parece que as pessoas querem ouvir a si mesmas e não necessariamente discutir um tema. O terceiro ponto, para mim o mais importante, é o nível de frustração desses jovens profissionais.


Netinhos órfãos de pai e mãe.


Ninguém em sã consciência pode questionar a importância de alguns profissionais, como o Nizan ou o Marcio Moreira, para a valorização da criação na propaganda brasileira. Os netinhos não só podem, como acreditam que esses caras são o lixo da profissão. O Márcio Moreira, para quem não sabe, foi o primeiro profissional de criação do Brasil a fazer uma vitoriosa carreira internacional. Isso quando os netinhos ainda eram projetos de vida e a vovó era uma mamãe que dirigia uma das principais equipes criativas que o mercado já teve (se ela realmente é quem eu suspeito que é). Pois bem, esses rapazes e moças que mal (ou mau?) iniciam seu histórico profissional se sentem no direito de descer o pau em todos os criativos que fizeram e fazem o melhor da propaganda brasileira. Por quê? Provavelmente, porque são arrogantes, monossílabos e totalmente frustrados pela incapacidade de gerar alguma coisa melhor do que os márcios e nizans produziram em suas longas carreiras. Certamente, esses garotos e garotas imaginam que, ao bater naqueles que deveriam ser seus ícones de inspiração, estão abreviando a sua longa jornada para a consagração. Ledo engano: só quem faz história pode fazer parte da história. O resto é coadjuvante


(*) Wander Cairo Levy é diretor de criação da Fórmula Comunicação

Um comentário:

Anônimo disse...

Cara,
Nunca tomei a iniciativa de escrever algo sobre seu comentário de Desvio, do ERRO Grupo, pois, como você pode ler (http://momento-critico.blogspot.com/2006/10/perdida-no-desvio.html), o que você escreveu realmente não está aberto ao diálogo, é danoso e obviamente acrescenta bulhufas. Além disso, o grupo até percebeu uma espécie de raiva embutida nas palavras, outros grupos receberam um tratamento respeitoso com seus trabalhos e pesquisa. Inclusive acho que você desrespeitou o trabalho do ERRO e do Desvio, diferente do que você afirma no texto: “Sempre tento levantar pontos positivos e pontos negativos de cada espetáculo. Respeito ao trabalho dos grupos tem sido a palavra chave do meu trabalho.” Portanto, não achei que uma conversa entre eu e você pudesse ser produtiva.
Quero deixar claro que acesso seu blog algumas vezes, leio os comentários e percebo que você está se aprimorando, assim como o ERRO está. Não fique tão nervosa com os comentários ruins sobre você e seu blog, coma um cachorro quente e relaxe. Quando uma pessoa se coloca diante de um público e o questiona deve estar preparada para receber todos os tipos de respostas.
Abraços
Pedro Bennaton – ERRO Grupo
PS: Obrigado por colocar o link do site do ERRO em seu blog. Só está faltando o endereço certo que é www.errogrupo.com.br