segunda-feira, outubro 30, 2006

Perdida no Desvio

De acordo com o programa do ERRO Grupo, o espetáculo Desvio nasceu "através do objetivo que o grupo tem em explorar formas diferentes de relação com o público, e criar situações, experiências, das quais nós, o grupo e o público, não conhecemos. Experiências que habitam um território desconhecido."

Partindo dessa premissa, posso dizer que o grupo é extremamente fiel ao seu objetivo. Eu, sou obrigada a confessar, me senti completamente perdida durante a apresentação do espetáculo. Perdida por não entender qual a real proposta do que estava sendo apresentado. Se isso é positivo, ou negativo, deixo para que os espectadores decidam. E você, caro leitor, pode me ajudar deixando aqui suas impressões.

O que posso lhes dizer é que o espetáculo não me convence! Saí dele com uma sensação de vazio. Mas não uma sensação de vazio "beckettiano". Não uma sensação de vazio que me fez pensar sobre minhas questões. Simplesmente um vazio do tipo: Ok, vou comer um cachorro quente!

E, por favor, não me venham com explicações do tipo "estamos explorando a representação da violência e não a própria violência"! Isso não me convence...as interpretações não me convencem... as canções não me convencem... o "profundo questionamento poético" não me convence. Mas, talvez, seja um problema meu. Talvez eu queira outra coisa do teatro que não é o que o grupo esteja pensando em fazer.

Assim, pego eu um outro desvio. Vou andando em outra direção. Menos conceitual e mais espetacular. Vou me perder por outros lados. E que cada um siga o seu caminho.




Equipe - DESVIO
Elenco: Ana Paula Cardozo, Luiz Henrique Cudo, Michel Marques, Luana Raiter
Performers: João Garcia, Ângelo Giotto
Sonoplastia e Composição: Priscila Zaccaron
Tradução e melodia: João Garcia
Assistência de Cena: Rodrigo Sampa
Direção de Arte: Luana Raiter
Assistência de Direção de Arte: Júlia Amaral
Dramaturgia: Luana Raiter, Pedro Bennaton
Concepção e Direção Geral: Pedro Bennaton
Criação: ERRO Grupo

3 comentários:

Ivair Antonio Gomes disse...

dia desses passei, como sempre faço nesse horário, lá pelas 19:40, ali próximo ao camelódromo, e vi o grupo erro em sua Performance... Confesso que também sai dali tipo "non sense", e fui atrás de um cachorro quente... é novidade, mas não questiona, não informa, não tem um papel cultural, talvez seja apenas um jeito diferente de não dizer nada...ou eu que não compreendo o nada como algo especial...

Anônimo disse...

pts...descobri agora esse lixo comercial de Blog - a cara dessa elite teatral que se acha boa de florianópolis, que pra mim não convence e, nossa, quanto clichê, clichê, clichê!(mas desejo que vocês continuem felizes com o palquinho italiano de vocês e com seus publicos vazios, "artistas"vazios) ó!
viva o ânus e o "non sense"
e que cada um siga seu caminho!

Anônimo disse...

O interessante é que, da mesma forma que você o faz com relação ao espetáculo, ao leitor só resta dizer... não me convence. O Pedro Bennaton desabafou em um post recente, e concordo com ele. Você simplesmente segue o "mainstream" ilhéu, estando sempre fechada para qualquer coisa que não seja feita, ou siga os parâmetros do que o CEART, "manda".
Com relação ao espetáculo Desvio, assisti-o umas três vezes, e apenas uma inteiro. Em todas tive a sensação, boa, de que os atores conseguiam uma interação muito interessante com o ambiente urbano e que, sim, atingiam seus objetivos. Talvez não seja uma peça comum, com uma narrativa linear. É fragmentária e experimental, sim, mas nada disso a impede de ter qualidade - seria dogmatismo pensar-lo, tanto quanto seria dogmatismo achar que só o que é experimental e fragmentário é válido.
Tudo bem, você não gostou, problema seu. Quer escrever uma crítica avassaladora, faça-o. Mas tente manter alguma qualidade de escrita e, principalmente, não fique gaguejando falsa humildade.