domingo, abril 15, 2007

Acabou!

O Festival Isnard Azevedo chega ao fim. Foram 08 dias de muitos espetáculos e muito público nos espetáculos. O evento parece voltar a fazer parte do calendário da cidade, mobilizando artistas, estudantes e comunidade para a apreciação do fenômeno teatral. Muita coisa pode ser pensada e discutida a partir do formato do festival experimentado neste ano, mas eu vou deixar para um próximo texto um balanço do festival. Hoje, vou me limitar a falar sobre os últimos espetáculos que assisti e a comentar um pouco da premiação. Vamos lá:


Comecei o último dia assistindo ao espetáculo Casa Verde do grupo Milongas vindo da cidade do Rio de Janeiro, RJ. Um espetáculo difícil que parte do conto O Alienista de Machado de Assis para compor sua dramaturgia. Um trabalho que, segundo o próprio grupo, ainda não havia experimentado realizar uma apresentação no espaço da rua. E isso fica evidente, pois o formato escolhido, por demais verbológico, o torna cansativo e pouco criativo. Uma dura jornada para o público.




Ao meio-dia entra em cena o Palhaço Xuxu, criação de Luiz Carlos Vasconcelos, de João Pessoa, PB que apresenta o espetáculo Silêncio Total, Vem Chegando Um Palhaço! Mais um palhaço para participar do Isnard Azevedo? Só que este tem um diferencial: conhece a arte mais do que os outros que já passaram por aqui e cria uma imagem com carisma suficiente para manter a platéia cativa. Criado em 1978, o palhaço Xuxu executa as mesmas gags que estamos acostumados a ver, mas nos deixa perceber uma dimensão humana profunda. Sua obsessão pela beleza, pela arrumação no cabelo, sua faceirice além de nos divertir, nos toca profundamente.




Voltando ao CIC, logo após a cerimônia curtíssima de premiação, assisti ao espetáculo ...E o Céu Uniu Dois Corações! da grupo Teatro Sim... Por que não?!!! de Florianópolis.

O espetáculo é um autêntico melodrama, com direito à muitas lágrimas, risos e reviravoltas na trama. A diretora Neyde Veneziano, especialista em teatro popular faz uma direção correta, utilizando-se de todo o seu conhecimento sobre o estilo para encaminhar o elenco* a realizar adequadamente o espetáculo. Destaques vão para a Dona Santa e Juca, que roubam a cena com seu carisma. Eu, para ser sincera, acho o espetáculo um pouco longo. Acredito que seria possível criar soluções mais criativas para as trocas de cenários sem a necessidade de ser didático, no sentido de que "é assim que se procede no Circo Teatro", embora tenha ficado apaixonada pelo vendedor de amendoim. E esse didatismo também aparece na construção de alguns personagens, principalmente na dupla de vilões e na intrepretação do Pai de Nelly. No todo o espetáculo funciona. O público, principalmente no final, participa da catarse proposta pelo grupo na belíssima e kistch aparição do casal no céu. É impossível não deixar de brotar um sorriso cúmplice no desejo de, finalmente, encontrar a felicidade!

A premiação não me causou muitas surpresas! Na categoria adulto, foram reconhecidos os dois espetáculos que mais funcionaram com o público: Melhor Espetáculo, Atriz, Cenografia e Trilha Sonora para Débora Finochiaro e seu Sobre Anjos e Grilos e Melhor Direção, Ator e Juri Popular para Marcio Vito e seu Barão de Itararé. Na categoria de Rua, venceu a força da idéia de André Carreira e seu Quixote, que ainda levou Melhor Ator, Atriz e Direção. Perfeição – Quando a Tempestade Nasce das Luzes, de SP ficou com o prêmio de Juri Popular (este foi o único espetáculo que não consegui assistir nesta mostra).


*o site
www.floripateatro.com.br não disponibilizou os nomes do elenco deste espetáculo.
** fotos retiradas do site www.floripateatro.com.br .

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